http://centrovictormeyer.org.br/wp-content/uploads/2010/04/Uma-esquerda-para-o-capital-Eurelino-Coelho.pdf
RODRIGO KTARSE - INFLAMANDO PENSAMENTOS INSURGENTES NO GUETO
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
segunda-feira, 9 de abril de 2018
sábado, 7 de abril de 2018
INFLAMANDO PENSAMENTOS INSURGENTES NO GUETO
INTRODUÇÃO
Normalmente, quando as pessoas estão tristes, não fazem nada. Limitam-se a
chorar. Mas quando sua tristeza se converte em
indignação, elas são capazes de fazer as coisas mudarem. Malcolm X
Meu
potencial de rapper ativista é lapidado com a sabedoria das ruas, vivenciado
cotidianamente aqui nas quebradas de Suzano, seja através do rap discursando
com o microfone em punho em palcos improvisados nas quebradas, em rodas de
conversa ou palestras em escolas, fundação casa, associação de bairro,
ocupações autônomas, coletivos libertários, bibliotecas comunitárias, movimento
dos sem teto, sem terra, movimento de luta contra o encarceramento em massa,
movimentos contra o genocídio do povo preto periférico, e em todos os lugares
de desobediência contra o sistema capitalista, meu potencial de rapper ativista
é uma ferramenta de luta por um mundo justo e igualitário, onde a
solidariedade, o repito mutuo, a horizontalidade, a combatividade contra todo
tipo de opressão, sejam princípios morais e éticos de norteamento cultural,
social, político e econômico para toda humanidade. Essa é a minha concepção
filosófica e ideológica de emancipação para periferia, favela, gueto, cortiço,
subúrbio, a todxs aquelxs que sobrevivem na margem da sociedade capitalista,
exclusxs das condições mais básicas de sobrevivência e inclusxs a uma lógica
violenta e perversa criada por uma elite branca racista, eurocêntrica, egoísta,
avarenta, sociopata, genocida e gananciosa denominada como burguesia. Tem sido
assim a conceituação e lapidação dos meus pensamentos, desde quando me municiei
com "uma das armas mais poderosa do oprimido" OS LIVROS DE CONTEUDOS LIBERTARIOS ESCRITOS E DIFUNDIDOS POR MENTES
REVOLUCIONARIAS. Comecei lendo muita biografia, autobiografia, textos e
artigos como de Malcolm x, Che Guevara, Karl Marx, Nelson Mandela, Rosa
Luxemburgo, Angelas Deveis... Depois passei a ler tudo que estava relacionado à
luta política dos trabalhadores, muitos textos e artigos de filosofia
libertaria, obras revolucionarias de Bakunin, Prudhon, Leon tostoy,... Livros
que difundidos com temas de luta e resistência dos povos da América como os Zapatistas
no México, o Sendero luminoso no Peru, Sandino da Nicarágua, luta dos povos
nativos do continente americano como a incrível e ousada resistência de Tu Pac
Amaru, vários livros de historiadores comprometidos com a historia dos vencidos
da América que resistiram a opressão dos europeus, e dxs revolucionárixs
quilombolas que insurgiram-se contra os latifundiários opressores, que desde 1500 explora de forma
predatória o território dos povos nativos, essa PODEROSA ARMA DO OPRIMIDO “OS
LIVROS” fez desse mano aqui, que hoje é companheiro de uma preta guerreira
da periferia (MARIA) e pai de três crianças lindxs e maravilhosxs (MARIANA, MARIA EDUARDA E MALCOLM EDUARDO) que me ensinaram a verdadeira arte de amar.
Hoje esse mano aqui, também é um eloqüente rapero subversivo, que faz de suas
rimas um instrumento de luta dos oprimidxs, que faz de suas rimas um chamado
aos marginalizadxs da sociedade, a vir fortalecer a marcha insurgente contra
opressão do Estado, que faz da suas rimas chamas subversivas contra o
capitalismo, que faz de suas rimas um vírus sonoro contra as religiões que
manipula o povo humilde com promessas fantasiosas de um paraíso ilusório, que
na real não passa de uma lógica de manipulação, alienação e dominação de
lideres religiosos sociopatas gananciosos, que por cede de bens materiais e em
busca de "exorbitantes lucros" estruturaram os templos de
abobalhamento cerebral, esse mano aqui, que luta e apóia junto lado a lado xs
guerreirxs das periferias, que fazem intervenções, manifestações, piquetes, que
montam barricadas a favor da emancipação do oprimido, esse mano aqui, que luta
contra a criminalização da pobreza, que luta contra o genocídio da população
preta periférica, que luta contra a homofobia, que luta pelo direito ao aborto,
que apóia integralmente a luta das feministas, que luta por reparação social e
política ao povo da periferia, que luta pela educação de emancipação com base
na pedagogia libertaria, que se articula com as quebradas, que mantém o
respeito mutuo com os coletivos que constroem a militância com os de baixo,
lado a lado e com horizontalidade.
Acordei de um pesadelo chamado alienação,
agora sou livre para caminhar pelo jardim da sabedoria... DIRETAMENTE DA VILA FATIMA
- FUNDÃO E GUETO DE SUZANO- RAPERO RODRIGO KTARSE, ENGAJADO NA LITERATURA
INSURGENTE DO GUETO !!!
1
- GUETO SUBVERSIVO
“Vou que vou, rimando o
caos e efeito
O vírus sonoro a insurgência do gueto
Articulado, rebelde favelado
Analisando o front, passo a passo”
SOMOS uma classe social desprivilegiada;
VIVEMOS limitadas e segregadas em bairros precários, sem acesso a educação de
qualidade, sem assistência de saúde decente; SOBREVIVEMOS no subemprego ou em
empregos subalternos; SOMOS discriminados pela condição social, pela cor da
pele; CARREGAMOS o estereotipo e estigma de bandidos, delinqüentes, criminosos,
vagabundos, drogados e ignorantes. Assim é o GUETO essa é a realidade do GUETO.
O GUETO também conhecido como FAVELA,
PERIFERIA e SUBÚRBIO são espaços geográficos segregados por razões sociais,
econômicas e políticas. Historicamente a CLASSE RICA ou BURGUESIA se apropriou
da riqueza produzida pelo POVO DO GUETO, e com o poder aquisitivo em mãos,
elevou seu poderio através da PILHAGEM e ESCRAVIDÃO dos POVOS DO CONTINENTE
AMERICANO, DOS POVOS DO CONTINENTE AFRICANO, CAMPONESES e OPERÁRIOS
EMPOBRECIDOS NOS CONTINENTES ASIÁTICO e EUROPEU. Com modelo GENOCIDA de
compulsão avarenta por riqueza, os PLAYBOYS perpetuaram sua influencia na
política, no sistema jurídico e no setor econômico, financiando políticos
profissionais ou comprando juristas, para que os mesmo fizessem leis e
contratos de servidão e opressão, ampliando deste modo o seu domínio ideológico
para todas as esferas da sociedade.
A BURGUESIA, empresários industriais,
banqueiros e latifundiários do agronegócio, compõem a classe dominante do
SISTEMA CAPITALISTA. O CAPITALISMO é um sistema econômico que valoriza o lucro,
prioriza as mercadorias e descarta os seres humanos, deteriora o meio ambiente
e a natureza. Suas leis e regras permitem uma classe (BURGUESES) dominar e
explorar a outra (POVO DO GUETO) para obter LUCRO, ou seja, é a lei cruel,
insana, atroz e injusta de exploração do ser humano pelo ser humano.
Mas nem sempre os CAPITALISTAS PLAYBOYS
BURGUESES conseguiram TRIUNFAR EM SUA GANANCIA e SEDE PELO LUCRO, os POVOS DO
GUETO sempre LUTARAM e RESISTIRAM contra o GENOCÍDIO do OPRESSOR, através da
SUBVERSÃO; essa forma natural de insubordinação dos oprimidos contra a ordem,
as normas, as leis e as instituições opressivas do sistema de exploração.
Especificamente aqui no continente americano,
com a invasão dos europeus (a mais de 500 anos atrás) em territórios dos povos
originários, a RESISTÊNCIA dos OPRIMIDOS sempre prevaleceu de forma COMBATIVA seja
através de ataques a territórios ocupados pelos colonizadores, pelas fugas dos
aldeamentos ‘missionários’ e de outros tipos de cativeiro, pela defesa das
aldeias contra os Bandeirantes, por ataques a vilas e fazendas, bem como pelo
suicídio quando presos, seja mantendo sua tradição alimentar, seu cultivo da
terra, sua relação respeitosa e harmoniosa com a natureza, sua religiosidade,
sua tradição comunitária, e sua tradição oral de contar as historias de seus
antepassados.
Na historia dos vencidos, as LUTAS
SUBVERSIVAS que os livros e a historiografia tradicional não contam nos espaços
escolares, tem o objeto de MANTER A PERIFERIA NA IGNORANCIA, ALIENADA E
OBDIENTE. Os africanos que foram seqüestrados, brutalmente tirados de seu
continente e transportados de forma atroz e desumana dentro dos porões dos
navios negreiros no qual muitos morriam de forma cruenta, amontoados em
compartimentos minúsculos dos navios, escuros e sem nenhum cuidado com a
higiene, a fome, a sede, as doenças, a sujeira, muitos na agonia ainda vivos
eram jogados ao mar, para ser comidos pelos tubarões, esse ato insano servia de
divertimento para os perversos tripulantes brancos eurocêntricos. Os africanos
ao chegarem ao continente americano eram vendidos e comercializados como
mercadoria, separados do seu grupo lingüístico e cultural africano e misturados
com outros de etnias diversas para que não pudessem se comunicar. Seu papel de
agora em diante seria servir de mão-de-obra para os capitalistas exploradores
senhores de escravo, fazendo tudo o que lhes ordenassem, sob pena de castigos
violentos. Além de terem sido trazidos de sua terra natal, de não terem nenhum
direito, os escravos tinham que conviver com a violência e a humilhação em seu
dia-a-dia. Porem toda AÇÃO GERA UMA REAÇÃO, e sempre ouve rebeliões e
resistência dos africanos emergindo por diversas vias, seja através dos de
processos de LUTAS, FUGAS, REBELIOES, MOTINS, DESOBEDIENCIA CIVIL,
RELIGIOSIDADE DE MATRIZ AFRICANA, MATANDO FETOS (FRUTO DO ESTRUPO COTIDIANO
COMETIDO PELO SENHOR DE ESCRAVO), ENVENENAMENTO DO SENHOR DE ESCRAVO, QUEIMA DE
PLANTAÇOES DE CANA DE AÇUCAR, PRATICA DO BANZO, RESISTENCIA, LUTA E NAS
SOCIEDADES IGUALITARIAS DOS QUILOMBOS ESPALHDOS POR TODO TERRITORIO BRASILEIRO,
enfim sempre ouve luta e resistência contra a escravidão, o racismo, a opressão
e a exploração.
Os SUBVERSIVOS se insurgem de forma consciente contra o opressor, busca na AÇÃO DIRETA, na COMBATIVIDADE, na AUTONOMIA e na HORIZONTALIDADE uma mudança radical do sistema político, econômico e social hierárquico, autoritário, individualista, ganancioso e elitizado, que através de suas estruturas injustas, faz da vida do POVO DO GUETO uma verdadeira hecatombe humana. Por isso que todo MOVIMENTO de RUPTURA é uma busca constante de PAZ, JUSTIÇA, IGUALDADE E LIBERDADE, LUTA TOTALMENTE LEGITIMA, porem não devemos esquecer que; “SO HAVERÁ PAZ E HARMONIA SOCIAL QUANDO HOUVER UMA REPARAÇÃO SOCIAL, POLITICA E ECONOMICA AOS QUE HISTORICAMENETE QUASE 400 ANOS FORAM ESCRAVIZADOS E QUE ATUALMENTE SOBREVIVEM EM GUETOS, FAVELAS, PERIFERIA, SUBURBIOS E NAS RUAS EM CONDIÇOES DEGRADANTES E QUE AINDA SÃO EXPLORADOS E GENOCIDADOS PELO SISTEMA CAPITALISTA E SO HAVERÁ JUSTIÇA COM AÇÃO COLETIVA”
2
– PELO PÃO, PELA TERRA, PELA LIBERDADE.
“A luta e resistência do povo movem montanhas
“Relatos
da autentica revolução mexicana”...
... “Em 1919, mano !
Zapata deixa o legado a todos
latinos americanos”
Acredito que um povo com AUTO-ESTIMA, que COMPREENDE com clareza sua
REALIDADE, pode ao mesmo tempo TRANSFORMA-LA, e é na busca pelo conhecimento da
HISTORIA DOS VENCIDOS - que politicamente as elites gananciosas e prepotentes
detentores do poder econômico (que controla os governos) vêem omitindo e
excluindo dos livros escolares A LUTA COMBATIVA DOS VENCIDOS – pois um povo com
conhecimento histórico busca na sua razão reflexões do mundo e de sua própria
vida, e também passa a compreender e entender as condições de nossa realidade,
tendo em vista o delineamento de nossa atuação na sociedade e assim se aproxima
cada vez mais da SABEDORIA. Na minha concepção a sabedoria tem o poder de despertar
o POTENCIAL CRIATIVO NA PERIFERIA, possibilitando construir uma verdadeira
HARMONIA SOCIAL. Por isso que a nossa identidade enquanto povos do gueto
historicamente vêem sendo camuflada e deturpada pela ideologia do opressor,
para que não possamos enxergar as engrenagens do sistema que nos domina e nos
controla. Somos um povo de legados
grandiosos de LUTA e RESISTENCIA, dentre as incontáveis reações do oprimido
contra o opressor, vou citar a REVOLUÇÃO MEXICANA no qual já descrevi numa
letra de rap (PELO PÃO. PELA TERRA, PELA LIBERDADE), essa letra foi escrita
após a leitura do livro “AS VEIAS ABERTAS DA AMERICA LATINA” DE EDUARDO
GALEANO. Você que é do GUETO assim como eu, que estudou ou esta estudando em
escola publica, dificilmente será incentivando a ler essa GENIAL OBRA
LITERARIA, por isso faço dessa minha LITERATURA INSENDIARIA um espaço de
reprodução de algumas partes do livro “AS VEIAS ABERTAS DA AMERICA LATINA” ....
BOA LEITURA GUERREIROS E GUERREIRAS DO GUETO !!!!
'Obediência'
não pode ser o destino dos oprimidos!
“COMO
PORCOS FAMINTOS, ANSEIAM PELO OURO”
Com tiros de arcabuz, golpes de espada e
sopros de peste, avançavam os implacá- veis e escassos conquistadores da
América. É o que contam as vozes dos vencidos. Depois da matança de Cholula,
Montezuma envia novos emissários ao encontro de Fernão Cortez, que avança rumo
ao vale do México. Os enviados presenteiam os espanhóis com colares de ouro e
bandeiras de penas de quetzal. Os espanhóis “deleitavam-se. Como se fossem
macacos levantava o ouro, como que se encantassem gestos de prazer, como que se
lhes renovasse e iluminasse o coração. Como que certo é que isso desejam com
muita sede. Se lhes incha o corpo por isto. Como uns porcos famintos que
anseiam pelo ouro”, diz o texto náhuatl, preservado no Códice Florentino. Mais
adiante, quando Cortez chega Tenochtitlán, a esplêndida capital asteca de 300
mil habitantes, os espanhóis entram na casa do tesouro, “e logo fizeram uma
grande bola de ouro, e puseram fogo, incendiaram, atearam fogo a tudo que
restava, por mais valioso que fosse: com o que tudo ardeu. E em relação ao
ouro, os espanhóis o reduziram a barras ...
“ Houve guerra, e finalmente Cortez, que
havia perdido Tenochtitlán, a reconquistou em 1521. “E já não tínhamos escudos,
já não tínhamos bordunas, e nada tínhamos de que comer, já nada comíamos.” A
cidade, devastada, incendiada e coberta de cadáveres, caiu. “Com os escudos foi
seu resguardo, mas nem com escudos pôde ser sustentada sua solidão.” Fernão
Cortez havia-se horrorizado ante os sacrifícios dos indígenas de Veracruz, que
queimavam entranhas dos meninos para oferecer a fumaça aos deuses; todavia, não
houve limites para sua própria crueldade na cidade reconquistada. “E toda a
noite choveu sobre nós.” Mas a força e o tormento não foram suficientes: os
tesouros arrebatados não Preenchiam nunca as exigências da imaginação, e
durante muitos anos escavaram os espanhóis o fundo do lago do México em busca
do ouro e dos objetos preciosos que os índios teriam escondido.
Pedro de Alvarado e seus homens atiraram-se
sobre a Guatemala e “eram tantos os índios que mataram, que se fez um rio de
sangue, que vem a ser o Olimtepeque”, e também “o dia tornou-se vermelho pelo
excesso de sangue que houve naquele dia”. Antes da batalha decisiva, “e visto
que os índios atormentados disseram aos espanhóis que não os atormentassem
mais, que ali havia muito ouro, prata, diamantes e esmeraldas que tinham os
capitães Nehaib Ixquín, Nehaib feito águia e leão. E logo deram aos espanhóis e
ficaram com eles ...”
Antes de Francisco Pizarro degolar o inca
Atahualpa e lhe cortar a cabeça, arrancou-lhe um resgate em “pilhas de ouro e
de prata que pesavam mais de vinte mil marcos de prata fina, um milhão e
trezentos e vinte e seis mil escudos de ouro finíssimo...” Depois lan- çou-se
sobre Cuzco. Seus soldados acreditavam entrar na cidade dos césares, tão
deslumbrante era a capital do império incaico, mas não demoraram em saquear o
Templo do Sol: “Forcejando, lutando entre si, cada qual procurando levar a
parte do leão do tesouro, os soldados, com camisa de malha, pisoteavam jóias e
imagens, martelavam os utensílios de ouro para reduzi-los a um formato mais
fácil e manejável... Atiravam-nos ao crisol, para convertê-lo em barras, todo o
tesouro do templo: as placas que cobriam as paredes, as assombrosas árvores
esculpidas, pássaros e outros objetos de jardim.”
Hoje em dia, no zócalo, a imensa praça nua do
centro da capital do México, a catedral católica se levanta sobre as ruínas do
templo mais importante de Tenochtitlán, e o palácio do governo está situado
sobre a residência de Cuauhtémoc, o chefe asteca martirizado e morto por
Cortez. Tenochtitlán foi arrasada. Cuzco, no Peru, teve sorte semelhante, mas
os conquistadores não puderam destruir de todo seus muros gigantescos, e hoje
pode-se ver, ao pé dos edifícios coloniais, o testemunho de pedra da colossal arquitetura
incaica.
ARTEMIO
CRUZ E A SEGUNDA MORTE DE EMILIANO ZAPATA
Exatamente um século depois do regulamento
de terras de Artigas, Emiliano Zapata pôs em prática, em sua comarca
revolucionaria do sul do México, uma profunda reforma agrária.
Cinco anos antes, o ditador Porfirio Díaz
havia celebrado, com grandes festas, o primeiro centenário do grito de Dolores:
os cavalheiros de fraque, México oficial, olimpicamente ignoravam o México cuja
miséria alimentava seus esplendores. Na república dos parias, as rendas dos
trabalhadores não haviam aumentado num só centavo desde o histórico levante do
cura Miguel Hidalgo. Em 1910, pouco mais de 800 latifundiários, muitos deles
estrangeiros, possuíam quase todo o território nacional. Eram playboys de
cidade, que viviam na capital ou na Europa e raramente visitavam as casas
grandes de seus latifúndios, onde dormiam protegidos por altas muralhas de
perra escura, sustentadas por robustos contrafortes. Do outro lado das
muralhas, os peões se amontoavam em quartinhos de adobe. Doze milhões de
pessoas dependiam, numa população total de 15 milhões, de salários rurais; as
diárias se pagavam quase por inteiro nos pequenos armazéns das fazendas,
traduzidas, a preços altíssimos, em feijões, farinha e cachaça. A cadeia, o quartel
e a sacristia tinham a seu cargo a luta contra os defeitos naturais dos índios,
os quais, no dizer de um membro de uma família ilustre da época, nasciam
“frouxos, bêbados e ladrões”. A escravidão, amarrado o trabalhador por dívidas
que se herdavam ou por contrato legal, era o sistema real de trabalho nas
plantações de sisal de Yucatán, nas de tabaco do Valle Nacional, nos bosques de
madeira e frutas de Chiapas e Tabasco e nas plantações de seringueira, café,
cana-de-açúcar, tabaco e frutas de Veracruz, Oaxaca e Morelos. John Keneth
Turner, escritor norte-americano, denunciou, num esplêndido testemunho de sua
visita, que “os Estados Unidos converteram virtualmente Porfirio Díaz num
vassalo político e, em conseqüência, transformou o México em uma colônia
escrava”. Os capitais norte-americanos obtinham, direta ou indiretamente,
suculentos lucros de sua associação com a ditadura. “A norte-americanização do
México, da qual tanto se vangloria Wall Street - dizia Turner - está se
executando como se fosse uma vingança.”
Em 1845, os Estados Unidos tinham anexado
os territórios mexicanos de Texas e Califórnia, onde restabeleceram a
escravidão em nome da civilização. Na guerra, o México também perdeu os atuais
estados norte-americanos de Colorado, Arizona, Novo México, Nevada, Utah. Mais
da metade do país. O território usurpado eqüivalia à extensão atual da
Argentina. “Coitado do México! - diz-se desde então - Tão longe de Deus e tão
perto dos Estados Unidos.” O resto de seu território mutilado sofreu depois a
invasão das inversões norte-americanas no cobre, no petróleo, na borracha, no
açúcar, no banco e nos transportes. O American Cordage Trust, filial da
Standard Oil, não estava em absoluto alheio ao extermínio dos índios maias e
yaquis na plantações de sisal de Yucatán, campos de concentra- ção onde os
homens e as crianças eram comprados e vendidos como mulas, porque esta era a
empresa que comprava mais da metade do sisal produzido e convinha-lhe dispor de
fibras a preço barato. Outras vezes, a exploração da mão-de-obra escrava era
direta, como descobriu Turner. Um administrador norte-americano lhe contou que
pagava os lotes de peões empregados a cinqüenta pesos por cabeça, “e os
conservávamos enquanto durem... Em menos de três meses enterramos mais da metade”
Em 1910, chegou a hora do desquite. México
levantou-se em armas contra Porfirio Díaz. Um caudilho do campo encabeçou desde
então a insurreição no sul: Emiliano Zapata, o mais puro dos líderes da
revolução, o mais leal à causa dos pobres, o mais fervoroso em sua vontade de
redenção social.
As últimas décadas do século XIX tinham sido
tempos de espoliação feroz para as comunidades agrárias de todo o México; os
povoados e as aldeias de Morelos sofreram a febril caçada de terras, águas e
braços que as plantações de cana-de-açúcar devoravam em sua expansão. As
fazendas açucareiras dominavam a vida do Estado e sua prosperidade gerara
engenhos modernos, grandes destilarias e ramais ferroviários para transportar o
produto. Na comunidade de Anenecuilco, onde vivia Zapata e à qual pertencia de
corpo e alma, os camponeses indígenas reivindicavam sete séculos de trabalho
contínuo sobre o solo: estavam ali desde antes da chegada de Fernão Cortez. Os
que se queixavam em voz alta marchavam para os campos de trabalhos forçados em
Yucatán. Como em todo o Estado de Morelos, cujas terras boas estavam em mãos de
17 proprietários, os trabalhadores viviam muito pior do que os cavalos de pólo
que os latifundiários mimavam em seus estábulos de luxo. Uma lei de 1909
determinou que novas terras fossem arrebatadas a seus legítimos donos e pôs
fogo às já ardentes contradições sociais. Emiliano Zapata, o cavaleiro de
poucas palavras, famoso porque era o melhor domador do estado e unanimemente
respeitado por sua honestidade e sua coragem, fez-se guerrilheiro. “Grudados no
rabo do cavalo do chefe Zapata”, os homens do sul formaram rapidamente um
exército libertador
Caiu Díaz, e Francisco Madero, nas ancas da
Revolução, chegou ao poder. As promessas de reforma agrária não demoraram em
dissolver-se numa névoa institucionalista. No dia de seu casamento, Zapata teve
que interromper a festa: o governo tinha enviado as tropas do general
Victoriano Huerta para esmagá-lo. O herói convertera-se em “bandido”, segundo
os doutores da cidade. Em novembro de 1911, Zapata proclamou seu Plano de
Ayala, ao mesmo tempo que anunciava: “Estou disposto a lutar contra tudo e
contra todos.” O plano advertia que a “imensa maioria das gentes e cidadãos
mexicanos não são mais donos senão do terreno que pisam” e propugnava pela
nacionalização total dos bens dos inimigos da Revolução, a devolução a seus
legítimos proprietários das terras usurpadas pela avalanche latifundiária e a
expropriação da terça parte das terras dos fazendeiros restantes. O plano de
Ayala converteu-se num ímã irresistível que atraía milhares e milhares de
camponeses às fileiras do caudilho reformista. Zapata denunciava “a infame
pretensão” de reduzir tudo a uma simples troca de pessoas no governo: a
Revolução não era feita para isso.
Cerca de dez anos durou a luta. Contra Díaz,
contra Madero, logo contra Huerta, o assassino, e mais tarde contra Venustiano
Carranza. O longo tempo da guerra foi também um período de intervenções
norte-americanas contínuas: os marines tiveram a seu cargo dois desembarques e
vários bombardeios, os agentes diplomáticos urdiram conjuras polí- ticas
diversas e o embaixador Henry Lane Wilson organizou com êxito o crime do
presidente Madero e seu vice. As mudanças sucessivas no poder não alteravam, em
todo o caso, a fúria das agressões contra Zapata e suas forças, porque elas
eram a expressão não mascarada da luta de classes no fundo da revolução
nacional: era o perigo real. Os governos e os jornais bradavam contra “as
hordas vandálicas” do general de Morelos. Poderosos exércitos foram enviados,
um atrás do outro, contra Zapata.
Os incêndios, as matanças, a devastação dos
povoados, foram, vez por outra, inúteis. Homens, mulheres e crianças morriam
fuzilados ou enforcados como “espias zapatistas” e às carnificinas seguiam os
anúncios de vitória: a limpeza foi um êxito. Porém, pouco tempo depois voltavam
a se acender as fogueiras nos moveis acampamentos revolucioná- rios das
montanhas do sul. Em várias oportunidades, as forças de Zapata contra-atacavam
com êxito até os subúrbios da capital. Depois da queda do regime de Huerta,
Emiliano Zapata e Pancho Villa, o “Átila do Sul” e o “Centauro do Norte”,
entraram na cidade do México como vencedores e fugazmente compartilharam o
poder. Em fins de 1914, abriu-se um breve ciclo de paz que permitiu a Zapata
pôr em prática, em Morelos, uma reforma agrária ainda mais radical do que a
anunciada no Plano de AyaIa. O fundador do Partido Socialista e alguns
militantes anarcosindicalistas influíram muito neste processo: radicalizaram a ideologia
do líder do movimento, sem ferir suas raízes tradicionais, e lhe proporcionaram
uma imprescindível capacidade de organização.
A reforma agrária propunha-se a “destruir
pela raiz e para sempre o injusto monopólio da terra para realizar um estado
social que garanta plenamente o direito natural que todo homem tem sobre a
extensão de terra necessária a sua própria subsistência e à de sua família”.
Restituíam-se as torras, as comunidades e indivíduos despojados a partir da lei
de desamortização de 1856, fixavam-se limites máximos aos terrenos segundo o
clima e a qualidade natural, e declaravam-se propriedade nacional as fazendas
dos inimigos da Revolução. Esta última disposição política tinha, como na
reforma agrária de Artigas, um claro sentido econômico: os inimigos eram os
latifundiários. Formaram-se escolas de técnicos, fábricas de ferramentas e um
banco de crédito rural; nacionalizaram-se os engenhos e as destilarias, que se
converteram em serviços públicos. Um sistema de democracias locais colocava nas
mãos do povo as fontes do poder e a sustentação econômica. Nasciam e
difundiam-se escolas zapatistas, organizavam-se juntas populares para a defesa
e a promoção dos princípios revolucionários, uma democracia autêntica tomava
forma. Os municípios eram unidades nucleares do governo e o povo elegia as
autoridades, seus tribunais e sua polícia. Os chefes militares deviam
submeter-se à vontade das populações civis organizadas. Não era a vontade dos
burocratas e generais que impunha os sistemas de produção e de vida. A
Revolução enlaçava-se com a tradição e operava “de conformidade com o costume e
usos de cada povoado..., ou seja, que se determinado povoado pretende um
sistema comunal assim será feito, e se outro povoado deseja o fracionamento da
terra para reconhecer sua pequena propriedade, assim se fará”
Na primavera de 1915, todos os campos de
Morelos já estavam sendo cultivados, principalmente com milho e outros
alimentos. A cidade do México padecia, enquanto isto, por falta de alimentos, a
iminente ameaça de fome. Venustiano Carranza havia conquistado a presidência e
ditou, por sua vez, uma reforma agrária, porém seus chefes não demoraram em
apoderar-se desse benefício; em 1916, se lançaram sobre Cuernavaca, capital de
Morelos, e as demais comarcas zapatistas. As culturas, que voltaram a dar
frutos, os minerais, as peles e algumas maquinarias, foram um espólio excelente
para os oficiais, que avançavam queimado tudo por onde passavam e proclamando,
ao mesmo tempo, “uma obra de reconstrução e progresso”.
Em 1919, um estratagema e uma traição
terminaram com a vida de Emiliano Zapata. Mil homens emboscados descarregaram
os fuzis sobre seu corpo. Morreu com a mesma idade de Che Guevara.
Sobreviveu-lhe a lenda: o cavalo alazão que galopava só, rumo ao sul, pelas
montanhas. Porém não só a lenda. Morelos inteira se dispôs a “consumar a obra
do reformador, vingar o sangue do mártir e seguir o exemplo de herói”, e o país
inteiro lhe fez eco. Passou o tempo, e com a presidência de Lázaro Cárdenas
(1934-1940), as tradições zapatistas recobravam vida e vigor através da
colocação em prática, por todo o México, da reforma agrária. Expropriaram-se,
sobretudo sob seu período do governo, 67 milhões de hectares em poder de
empresas estrangeiras ou nacionais e os camponeses receberam, além da terra,
créditos, educação e meios de organização para o trabalho. A economia e a
população do país tinham começado seu acelerado ascenso; multiplicou-se a
produção agrícola, enquanto o país inteiro modernizava-se e industrializava-se.
Cresceram as cidades e ampliou-se, em extensão e em profundidade, o mercado de
consumo.
Porém, o nacionalismo mexicano não derivou
para o socialismo e, em conseqüência, como ocorreu em outros países que
tampouco deram o salto decisivo, não realizou cabalmente seus objetivos de
independência econômica e justiça social. Um milhão de mortos tinha tributado
seu sangue, nos longos anos de revolução e guerra, “a um Huitzilopoxtli mais
cruel, duro e insaciável do que aquele adorado por nossos antepassados: o desenvolvimento
capitalista do México, nas condições impostas pela subordinação ao
imperialismo”. Diversos estudiosos investigaram os sinais de deteriorização das
velhas bandeiras. Edmundo Flores afirma, numa publicação oficial, que,
“atualmente, 60% da população total do México tem uma renda menor de 120
dólares por ano e passa fome”. Oito milhões de mexicanos não consomem outra
coisa além de feijão, tortas de milho e pimenta".O sistema não revela suas
profundas contradições somente quando caem quinhentos estudantes mortos na
matança de Tlatelolco. Recolhendo cifras oficiais, Alonso Aguiar chega à
conclusão de que há no México uns dois milhões de camponeses sem terra, três
milhões de crianças que não recebem educação, cerca de onze milhões de
analfabetos e cinco milhões de pessoas descalças. A propriedade coletiva dos
ejidatarios pulveriza-se continuamente, e com a multiplicação de minifúndios,
que se auto-fragmentam, surgiu um latifundismo de novo cunho e uma nova
burguesia agrícola dedicada à agricultura comercial em grande escala. Os donos
de terra e os intermediários nacionais que conquistaram uma posição dominante,
driblando o texto e o espírito das leis, são por sua vez dominados, e num livro
recente são incluídos nos termos “and company” da empresa Anderson Clayton. No
mesmo livro, o filho de Lázaro Cárdenas diz que “os latifúndios simulados
constituíram-se nas terras de melhor qualidade, nas mais produtivas”.
O romancista Carlos Fuentes reconstruiu, a
partir da agonia, a vida de uma capitão do exército de Carranza que vai abrindo
caminho, a tiros e com astúcia, tanto na guerra como na paz. Homem de origem
muito humilde, Artemio Cruz vai deixando para trás, com a passagem dos anos, o
idealismo e o heroísmo da juventude: usurpa terras, funda e multiplica
empresas, faz-se deputado, sobe em sua brilhante carreira rumo aos cumes
sociais, acumulando fortuna, poder e prestígio, com base nos negócios,
subornos, especula- ção, grandes golpes de audácia e repressão a sangue e fogo
da indiada. O processo do personagem parece o processo do partido que, grande
impotência da Revolução mexicana, virtualmente monopoliza a vida política do
país em nossos dias. Ambos caíram para cima.
“O medo nos governa. Essa é uma das
ferramentas de que se valem os poderosos,
a outra é a ignorância”
Cada oprimido enclausurado em guetos corre
em suas nas veias o sangue zapatista, pois no COMBATE CONTRA O SISTEMA e DESSE
LADO DA TRINCHEIRA temos que fortalecer a união, respeito mutuo e solidariedade
entre os oprimidos, temos que elevar a auto-estima do GUETO para que juntos,
lado a lado possamos lutar e construir um POVO FORTE e EMANCIPADO!
3 – REFLEXÃO
“Como
se fosse uma prisão do cérebro
Tipo uma epidemia que afeta o intelecto
O homem moderno é refém da competitividade
Primata
movido pelo instinto selvagem
Realmente os poderosos são frios e calculistas
Causam o genocídio em prol de sua ideologia”
Com a mente alterada, mais não por substâncias alucinógenas, o sistema
conseguiu injetar o ódio de classe em minhas veias. A mais cruel insana e
sarcástica violência do sistema contra nos do gueto, é a violência psicologia,
causadora de todas as psicoses no gueto. Drogas, criminalidade, prostituição,
desemprego, alcoolismo, moradia precária, escola deteriorada, hospital em estado
de calamidade, por toda quebrada esgoto a céu aberto, quebrada sem quadra
esportiva, sem bibliotecas, sem centro de lazer, sem centros culturais,
violência policial a todo instante, roubo, estupro, assassinatos, brigas por
motivos banais e etc. Todo esse universo de maldade contra nos do gueto, todo
esse ódio de classe foi sistematizado e articulado pelo opressor com o
propósito de aniquilar e destruir a esperanças de uma vida melhor ao povo do
gueto.
Lembro que uma vez, estava passando próximo ao a um terreno baldio,
local no qual os manos dispensavam as paradas inúteis da fitas que faziam nas
casas dos playboys, e encontrei por acaso uma revista da forbes Brasil, comecei
a ler aquele MANUAL DE APOLOGIA AO CRIME e a cada matéria que lia me deparava
com a TENEBROSA, AVARENTA, ATROZ MENTALIDADE PSICOPATA DOS RICOS. De forma
sarcástica os ricos ESNOBAVAM e OSTENTAVAM, LUXURIA e GANANCIA naquela porra de
revista. Ali eu vi a grau de perversidade que os ricos fazem com nos do gueto,
pois a quantidade de dinheiro gasto com mansões, iates, carros, viagens,
restaurantes, clubes, shoppings, cinemas seria o suficiente para tirar o Brasil
da miséria como num estralar de dedos. REFLITA COMIGO E VEJA POR QUE EU OS
CONSIDERO COMO OS VERDADEIROS APOLOGICOS DO CRIME!
“A
população de 1% mais rica do país, segundo a Oxfam Brasil,
concentrava 48% da riqueza gerada em 2016. Ao se considerar os 10% mais ricos
do país, o grau de
concentração da riqueza alcançava o valor de 74%. Por outro lado, a metade da
população do país detinha
menos de 3% dessa riqueza produzida.
“Os seis brasileiros mais ricos
concentram a mesma riqueza que os 100 milhões de brasileiros mais pobres”.
As mansões mais caras do Brasil:
Imóveis
todos localizados na maior cidade brasileira, São Paulo, que ilustram a
realidade das super-casas dos milionários e Bilionários.
Elas
pertencem a empresários, banqueiros, políticos e personalidades do mundo de
negócios.
1º: Edemar Ferreira
Mansão avaliada em R$ 160 milhões
Terreno:8.182 m2
Área Construída: 7.888 m2
A mansão de 5 andares tem heliporto,
teto retrátil e banheiros com vidro de cristal líquido, transparentes até que o
usuário acione um sistema que o deixe sem visibilidade externa.
2º: Mansão
do Bilionário Joseph Safra (dono do banco safra) – Avaliada acima de R$ 100
milhões
A mansão tem
mais de 100 cômodos, 9 elevadores e heliporto.
Terreno:
21.868 m2
Área
construída: 10.868 m2
3º: Mansão de Jorge Yunes (dono da
IBEP) - Avaliada em R$ 96 milhões
A mansão foi construída em 1931 e era
conhecida como Mansão da Manchete.
Terreno: 7.230 m2
Área construída: 3.511 m2
4º: Abílio Dinis: Empresário, dono do
grupo Pão de Açúcar
Mansão avaliada em R$ 50 milhões.
Terreno: 4030 m2
O empresário comprou o terreno ao
lado da sua mansão e construiu uma piscina com raia e uma quadra de tênis.
5º Mansão de João Dória Jr
(empresário e jornalista) – Avaliada em R$ 50 milhões
A mansão possui uma quadra de tênis e
um campo de futebol.
Terreno: 7000 m2
Área construída: 3.511 m2
6º: Mansão
de Washington Cinel: Empresário, presidente do grupo Cocil
7º: Mansão
de Paulo Maluf - Avaliada em R$ 45 milhões
Temos que desnaturalizar a idéia de que toda
essa opulência é normal e natural, os ricos estão cagando e andando para as
mazelas sócias que há no gueto, toda essa
violência e esse contrate social
foi criada e é alimentada cotidianamente pela burguesia através de sua
GANANCIA, então, toda forma de reação do gueto contra o sistema é legitima,
seja por qualquer meio necessário, a verdade sempre estará do nosso lado. Minha
escolha na luta e militância contra o sistema foi o RAP COMBATIVO e a
LITERATURA INSENDIARIA, e de certa forma tento contribuir e incentivar o gueto
a insurgir-se contra os ricos e seu sistema CAPITALISTA, pois temos o potencial
de luta para reverter esse quadro social terrível que estamos inseridos. Acabar com acumulação, a
concentração de riquezas, propriedades e privilégios se faz URGENTE e NECESSARIO e só com AÇÃO COLETIVA DOS
OPRIMIDOS SERA POSSIVEL, CONSTRUIR UMA VERDADEIRA JUSTIÇA SOCIAL.
“UM POUCO
MAIS DE REFLEXÃO”!
Uma sociedade verdadeiramente humana será
uma sociedade onde não haverá miséria, ignorância e abandono - uma vergonha do
passado, então inconcebível. Qualquer um que apresente qualquer argumento
explicando a inviabilidade de uma sociedade assim, apenas me provoca um riso
amargo. Não há produção suficiente de alimentos? Não existem conhecimentos,
logística, condições de eliminar estas excrescências da face da terra? Ora, é
claro que existem.
O que acontece é que a acumulação, a
concentração de riquezas, propriedades e privilégios precisa roubar direitos,
mantendo populações em condições de barbárie, precisa de ignorância,
desinformação, miséria e abandono pra seguir explorando populações e saqueando
riquezas, moendo gente, destruindo potenciais e vidas, sujando e envenenando,
tanto o planeta quanto as almas, as mentalidades, os comportamentos. Devemos a
isso o estado de degradação social em que vivemos.
Querer vencer na vida é sustentar isso.
Competir é manter o modo de relacionamento social. Acreditar nas informações e
"opiniões" dos veículos de comunicação é envenenar a mente e receber
uma visão de mundo completamente distorcida. Querer o que é induzido pelo
massacre publicitário em suas sutilezas sedutoras é o alimento do sistema social.
Não ligar a violência e a criminalidade ao desequilíbrio social absurdo, à
miséria, à pobreza e aos valores distorcidos pela publicidade e pela propaganda
ideológica subliminar da mídia, acreditando que repressão e encarceramento são
algum tipo de solução - ou mesmo contenção - pra situação de terror cotidiano,
pros níveis de criminalidade, é ter a mente lavada, enxaguada, teleguiada,
entorpecida e estupidificada.
Pretender mudar um sistema que estimula a
competição, o confronto e a disputa, confrontando, disputando e competindo -
ainda mais dentro das instituições, infiltradas e dominadas pelos poderes
econômicos - é de uma ingenuidade mais que inútil e incapaz. Acaba sendo a
"prova" apontada pelos defensores deste sistema social criminoso de
que a farsa política é realmente uma "democracia", alegando que não
se poderia falar assim se não fosse uma democracia. Alegação mentirosa,
obviamente. Pode-se falar como esses pretensos revolucionários falam porque
eles não tem nenhum poder de mobilização popular, em seus condicionamentos de
superioridade social, em seu doutrinarismo estéril, em sua arrogância e
pretensão de liderar, organizar e conduzir as massas. Pensam que estão lutando
por uma sociedade igualitária, mas estão é colaborando com essa estrutura
desumana, ajudando a construir o cenário do teatro macabro. Se alcançassem
humildade, perceberiam. Eu percebo que há muitos se tocando. O processo tem seu
ritmo.
Em cada um de nós há raízes dos
condicionamentos sociais produzidos em laboratórios de pensamento bem pagos,
contratados por um punhado de parasitas sociais podres de ricos - que não
participam do caos que provocam cercados em suas fortalezas com muros
eletrificados e exércitos bem armados de seguranças privadas. Estamos expostos
a isso desde o útero materno e ingenuidade é pensar que nossa vontade é toda
nossa como nossa visão de mundo, opiniões, sentimentos, desejos,... Esta
percepção, a meu ver, é a primeira de todas. E o trabalho interno, o mais
importante. A coletividade é formada por todos e cada um. Trabalhando em si
mesmo, o trabalho se estende automaticamente ao coletivo, sem pretensões de
ensinar, liderar ou conduzir.
4 – A ARMA DO OPRESSOR
“Somos injustiçados cotidianamente
Mais o pior descaso é a prisão da mente
Não seja mais um desinteressado pelos livros
A arma do opressor é a mente do oprimido”
Reflita
o significado de duas palavras do dicionário Aurélio;
BRANCO; 1. Da cor da
neve, do leite, do cal, alvo. 2. Diz- se das coisas que, não sendo brancas, tem
cor mais clara que outras da mesma espécie. 3. Pálido, descorado. 4. Prateado,
argentado. 5. Diz-se do individuo de raça branca. 6. A cor branca. 7. Homem de
raça branca.
NEGRO; 1. De cor
preta. 2. Diz- se do individuo de raça negra; preto. 3. Sujo, encardido. 4.
Sombrio. 5. Lúgubre. 6. Funesto. 7. Individuou de raça negra. 8. Escravo.
O opressor tentar nos dominar de diversas
formas, e sua principal arma de dominação é a ideologia racista que nos subjuga
como povo inferior. Os PLAYBOYS, INIMIGOS HISTORICOS do POVO DO GUETO, com o
aparato do Estado, com ajuda de vários setores da ciência e com o poder
político e jurídico sobre seu domínio, conseguiu difundir pelo mundo a
mentalidade de que os portadores de pele alva (os brancos) é uma raça
naturalmente superior aos portadores de pele escura (os negros e os
não-europeus). O RACISMO é uma ideologia que defende a hierarquia entre grupos
humanos, classificando-os em raças inferiores e raças superiores. A ideologia racista
serviu e serve como produto de expansão e da conquista terrorista, cruel e
atroz dos europeus sobre o resto do mundo. A IDEOLOGIA RACIAL serve como
pseudo-justificativa dos europeus e da elite branca (espalhada pelo mundo) para
EXPLORAR O POVO DO GUETO, SUBJUGADOS DEMAGOGICAMENTE COMO “POVOS DIFERENTES” O
INTUITO DA IDEOLOGIA RACIAL TAMBEM SERVE PARA MANTER ASSEGURADO O FUNCIONAMENTO
DAS ESTRUTURAS DO SISTEMA CAPITALISTA. O OPRESSOR INCULCOU E CRISTALIZOU NA
MENTE DO OPRIMIDO A “NATURALIZAÇÃO DE RAÇA SUPERIOR E RAÇA INFERIOR”, PARA QUE
OS PRIVILEGIOS DE CLASSE PERMANEÇAM COMO ALGO NATURAL, POIS ASSIM, AS
DESIGUALDADES SOCIAS, POLITICAS E ECONOMICAS NUNCA SEJAM SUPERADAS. Com base nessa ideologia os capitalistas asseguraram
seu sistema de dominação no qual pilharam fortunas, adquiriram lucros
exorbitantes e acumularam capital, riquezas e bens materiais na base da
COLONIZAÇÃO TERRITORIAL E CULTURAL, DOMINAÇÃO MILITAR, EXTERMINIO, GENOCIDIO,
MATANÇA, MORTICINIO e da COLONIZAÇÃO TERRITORIAL dos povos africanos, dos povos
asiáticos e dos povos americanos. A ideologia racista deixou de legado para o
continente da Europa e para E.U.A o titulo ideológico de países de primeiro
mundo, desenvolvidos, civilizados e avançados. A ideologia racista deixou de
legado para o povo do gueto o estigma ideológico de países de terceiro mundo,
subdesenvolvidos, incivilizados e atrasados.
A dependência econômica, a subordinação e
subserviência política, a dominação militar, a colonização cultural e social do
IMPERIALISMO EUROPEU E NORTE-AMERICANO sobre os PAISES SUBDESENVOLVIDOS esta
relacionado diretamente com a ideologia do racismo, pois O RACISMO REFORÇA A
IDEOLOGIA ESTIGMATIZADORA DE QUE OS POVOS SUBDESENVOLVIDOS (O POVO DO GUETO)
TÊM CARACTERISTICAS INATAS INFERIORES e automaticamente são propícios a serem
PREGUISOSOS, INDOLENTES, MALANDROS, CAPRICHOSOS, SENSUAIS E INCAPAZES DE
RACIOCINAR. Enquanto as superpotências imperialistas (países desenvolvidos) por
se acharem seres superiores, dominaram e espalharam ideologicamente pelo mundo,
a idéia de que traz na sua “GENETICA” O EMPREENDEDORISMO, A DISCIPLINA E A
INTELIGENCIA. E por se acharem superiores, os imperialistas europeus e
norte-americanos, teriam o direito natural de explorar os inferiores, e assim
vão justificando o domínio colonial, político, econômico, cultural, militar e a
exploração dos recursos naturais e a exploração da mão de obra sobre os países
de terceiro mundo. As desvantagens sociais, políticas, econômicas ou culturais
também passam a ser atribuída a desigualdade inata entre os seres humanos. O
termo “INATO ou NATURAL”, tão presente no discurso dos racistas, já diz tudo,
segundo eles, determinados grupos nascem com características que os habilitam
apenas para serem dominados e explorados.
Ai quebrada e todo povo do gueto, na minha
concepção, temos que romper com mentalidade colonizada pela ideologia do
opressor, temos que aprofundar a reflexão social, política, econômica e
cultural DESSA MERDA DE SOCIEDADE RACISTA, DESIGUAL, INJUSTA, EXPLORADORA E PERPETUADORA
DE PRIVILEIGIOS. A reflexão SOCIOLOGICA, HISTORICA E FILOSOFICA APARTIR DO
PONTO DE VISTA DOS VENCIDOS é uma ferramenta que nos traz a luz e clareza de
idéias que nos possibilita entender que as diferenças e desigualdades entre os
homens não são naturais, elas são construídas socialmente e precisam ser
contextualizadas em termos de tempo e espaço.
A ideologia racial, assim como as demais mazelas sociais são construções
históricas e apenas com o olhar na história é possível compreende-las.
AI POVO DO GUETO LEMBRE-SE SEMPRE QUE
“A ARMA MAIS PODEROSA NAS MÃOS DO OPRESSOR É A MENTE DO OPRIMIDO”.
Os seres humanos sempre viveram em
comunidade, essencialmente para sobrevivência dos indivíduos e das famílias,
contra as ameaças de outros humanos e das forças da natureza. Os restos
deixados pelos nossos ancestrais levaram os cientistas a acreditar que as
comunidades primitivas mantinham alto grau de igualdade social . Entretanto,
depois de dezenas de milhares de anos vivendo igualmente, algumas comunidades
começaram a apresentar diferenças sociais. Por passarem a apresentar diferenças
de riqueza e poder. Em estágios mais primitivos da vida humana, todos os bens
eram divididos de forma justa, comum e igualitariamente entre os membros da
comunidade, dando-se a todos a participação nos frutos do trabalho de todos.
Entretanto, com o passar do tempo, um pequeno grupo (elite, oligarquia,
dirigentes, lideres religiosos etc.) autodenominou-se como os mais capazes e
provenientes da comunidade, através da força ideológica ou física impuseram
suas vontades sobre todo o grupo, quando mais fortes, reservaram-se para si
propriedades privadas cercando e policiando os lugares em que era mais fácil a
obtenção de alimentos, e passaram a se apropriar e armazenar de uma parte da
riqueza produzida pela comunidade. Dessa forma acumularam certa quantidade de
bens de que todos necessitavam e, chegando períodos de escassez, os outros não
tiveram outra saída senão subordinar-se a eles, reconhecendo-os como chefes e
satisfazendo suas AVARENTAS e GANANCIOSAS VONTADES INDIVIDUALISTAS tornado-se
assim A CLASSE PRIVELIGIDA E EXPLORADORA DOS DEMAIS MENBROS DA COMUNIDADE,
CRIARAM O ESTADO E TRANSFORMARAM A SOCIEDADE EM ESTRUTURAS E INSTITUIÇÕES
HIERARQUICAS E DIVIDIDA EM CLASES SOCIAS. A organização do trabalho coletivo
começou a separar o trabalho intelectual do trabalho manual. Com o passar dos
tempos, os playboys “especialistas intelectuais” adquiriram poderes maiores.
Aos poucos, o conhecimento deixou de ser compartilhado pela comunidade e passou
a ser privilegio de algumas oligárquicas famílias dos playboys cuzão. É claro
que os demais membros da comunidade (povo do gueto) continuaram a raciocinando,
mas foram perdendo o direito de decidir a vida na comunidade. O PODER DE
PLANEJAR E DECIDIR A VIDA DA COMUNIDADE COMEÇOU A SE TORNAR UM PRIVILEGIO E
PROPRIEDADE DE UNS POUCOS, OU SEJA, DA ARISTOCRACIA OU NOBREZA OU SE PREFERIREM
PALYBOYS CUZÃO.
Num certo momento, em algumas comunidades, o
aumento da população tinha sido a causa e o efeito de grandes obras como
construção de canais de irrigação, açudes, portos e estradas, as grandes obras
publicas precisaram mais o que uns lideres; passaram a exigir uma organização
mais complexa, capaz de convocar pessoas para o trabalho, organizar um exercito,
fazer as porras das leis e cobrar a desgraça dos impostos. ESSA ORGANIZAÇÃO
CRIMINOSA ARTICULADA PELOS PLAYBOYS ARISTOCRATAS ERA O ESTADO. O Estado serviu
( e serve até hoje) como um instrumento de dominação dos ricos sobre os pobres.
As famílias aristocratas que ocupavam os postos de comando do Estado passaram a
gozar de privilégios, tinham casas melhores, comiam melhor, não trabalhavam no
pesado. Essas famílias poderosas eram consideradas nobres, ou seja, é como que
se fossem melhores que os outros.
As guerras puderam ser um instrumento de
enriquecimento de algumas sociedades. O povo derrotado tinha que pagar tributos
aos vencedores. Ou seja, devia entregar parte do que produzia (comida, tecidos,
objetos) e trabalhar para os seus novos senhores. Algumas vezes, os derrotados
tinham que trabalhar e viver integralmente em favor dos vencedores, ou seja,
tinham se transformado em escravos.
E se as aldeias se recusassem a pagar
tributos ao Estado? E se os povos dominados desobedecessem? E se os escravos se
rebelassem? O Estado se valia das leis e da força do Exercito. Os historiadores
já descobriram vestígios de grandes revoltas sociais há milhares de anos.
Algumas vezes, elas dissolveram o Estado. Outras vezes, o exercito comandado
pelos nobres, esmagava os rebeldes. Portanto, o estado tinha se tornado uma
arma de domínio de classe da aristocracia.
O legado do Estado, das sociedades de privilégios com estruturas e
instituições hierárquicas e divididas em classes sociais.
O
termo TRABALHO vem do vocabulário latino TRIPALLIUM, que significa INSTRUMENTO
DE TORTURA, e por muito tempo esteve associado à idéia de atividade penosa e
torturante. Na Grécia antiga, a elite
aristocrática grega tinha o privilegio de usufruir das artes, da política, do
treinamento militar, das ciências e da filosofia. Outra parte, uma enorme
legião de não-gregos, tidos como bárbaros, suava a camisa no trabalho pesado,
sendo usados como mão-de-obra escrava.
Como justificar tal sociedade baseado na escravidão?
Dois gregos notáveis apresentaram
explicações para “justificar” um sistema essencialmente injusto.
Segundo Aristóteles, havia homens que, por
natureza, estavam predestinados a serem livres e a comandar, e outros a serem
escravos, a serem comandados. Para
Aristóteles, escravos, camponeses e negociantes não poderiam ter uma vida
"feliz", quer dizer, ao mesmo tempo próspera e cheia de nobreza:
podem-no somente aqueles que têm os meios de organizar a própria existência e
fixar para si mesmos um objetivo ideal. Apenas esses homens ociosos
correspondem moralmente ao ideal humano e merecem serem cidadãos por inteiro:
"A perfeição do cidadão não qualifica o homem livre, mas só aquele que é
isento das tarefas necessárias das quais se incumbem servos, artesãos e
operários não especializados; estes últimos não serão cidadão se a constituição
conceder os cargos públicos à virtude e ao mérito, pois não se pode praticar a
virtude levando-se uma vida de operário ou de trabalhados braçal".
Aristóteles não quer dizer que um pobre não tenha meios ou oportunidades de
praticar certas virtudes, mas, sim, que a pobreza é um defeito, uma espécie de
vício.
Também Plantão registrou suas impressões a
respeito do assunto. No quinto livro da republica, ele afirmou: “A nossos
jovens mais valentes e melhores, alem de outras honras e recompensas, será
permitida maior variedade de uniões, porque pais dessa natureza deverão ter o
maior numero de filhos possíveis” e uma
cidade benfeita seria aquela na qual os cidadãos fossem alimentados pelo
trabalho rural de seus escravos deixassem os ofícios para a gentalha: a vida
"virtuosa", de um homem de qualidade, deve ser "ociosa".
Século depois, essa idéia de diferenças
naturais entre os homens ressurgiu na Europa. Em 1859, o biólogo Charles Darwin
publicou sua famosa obra A origem das espécies, na qual, a partir de estudos
realizados em plantas e animais, desenvolveu a teoria da seleção natural.
Segundo ela, na natureza sobrevivem e dominam as espécies fortes. Existiriam,
portanto, espécimes fortes e espécies fracas.
Com base nos estudos darwinianos, realizados
em animais e vegetais-, pensadores como o Frances Joseph Auguste de Gobineau, o
alemão Richard Wagner e o inglês Houston Stewart Chamberlain, utilizaram a
teorias de seleção natural, dentre outros argumentos, para tentar explicar a
sociedade humana. Eles concluíram então que alguns grupos humanos eram fortes e
outros fracos. Os fortes teriam herdado certas características que os tornavam
superiores e os autorizavam a comandar e explorar outros povos.
Por sua vez, os fracos teriam outras
características que os tornavam naturalmente inferiores e, portanto,
predestinados a ser comandados.
Desse modo, diferenças de tipo físico
passaram a ser utilizadas para classificar seres humanos. Passaram a ser
relacionadas a diferenças intelectuais e morais, dando origem a idéia de raça.
É interessante notar que os próprios
europeus se subdividem em subgrupos com diversas culturas e inclusive com
alguns tipos de diferenças físicas, como alpinos, os nórdicos, os eslavos, os
mediterrâneos e os latinos. Tais diferenças, contudo, não ocupam a atenção dos inventores
do racismo. A eles interessavam tão somente as diferenças entre europeus
brancos e não-europeus. Baseados nessas idéias, em 1908, o inglês Francisco
Dalton fundou, em Londres, a Sociedade de Educação Eugênica, visando defender a
manutenção da pureza das raças, a chamada eugenia. Para ele, impunha-se a
necessidade de a raça branca manter-se pura, evitando a mistura.
Tempos depois, dois
outros homens, que se tornaram tristemente famosos, também defenderam teses
sobre o assunto; Alfredo Rosenberg, que em 1930 publicou o Mito
do século XX, e Adolf Hitler, que em 1934 publicou A Minha luta (Mein Kampf). Entre os resultados práticos, dessas idéias
de raças superiores e raças inferiores esta o extermínio de 6 milhões de judeus
pelos alemães nazista, alguns anos depois.
No Brasil a elite e o governo
tiveram explicitamente comprometidos em grande escala com a ideologia eugenia. No velho estilo brasileiro de acreditar
cegamente que SE É IMPORTANTE É BOM, as teorias raciais chegaram da Europa ao
Brasil atrasadas. Porem fizeram enorme sucesso, mesmo quando na Europa já
começavam a ser criticadas.
INTELECTUIAS, MEDICOS,
ADVOGADOS, POLIICOS BRASILEIROS SE ENTUSIASMAM COM A IDEIA DE QUE A RAÇA BRANCA
ERA SUPERIOR. No entanto, as teorias raciais trouxeram consigo um problema
serio para o Brasil. A ELEITE BRASILEIRA DESEJAVA APRESENTAR O BRASIL COMO UM
PAÍS BRANCO, IGUALZINHO Á EUROPA. Mas como explicar que o Brasil era
majoritariamente negro (nesta época, 1872 o censo indicava que 55% da população
era negras) que enriqueceu com o trabalho escravo? RESPOSTA; COM POLITICAS
EUGENISTA DE BRANQUEMENTE DA NAÇÃO BARSILEIRA!
Igualmente se preocupavam com
essas questões os deputados da então assembléia legislativa da província de São
Paulo (e as de outros estados): como construir um projeto de nação
“respeitável” num país com tantos negros? Era necessário inventar outro Brasil,
um país branco. Os cientistas e os políticos de então resolveram trazer muitos
imigrantes europeus para cá, estimular a miscigenação, para a população ir
branqueando, branqueando... Dali a algumas décadas, o país seria branco. Talvez
então a elite brasileira da época dissesse justamente ao mundo que um país
poderia se desenvolver muito com uma população diversificada.
Lilia Schwarz nos mostra como os cientistas brasileiros daquela época
não tinham recursos intelectuais para debater com os europeus, então repetiam
afirmações que não combinavam com a realidade do nosso país.
Ela revela em seu livro que
nossos cientistas eram muitos “criativos”, embora a criatividades tivesse
origem duvidosa. Os intelectuais brasileiros eram imitativos no pensamento e
não tinham espírito critico, escreviam estudiosos americanos, daquela época, ao
observar a maneira como o Brasil absorvia as teorias racistas da Europa.
Os europeus que o Brasil
queria
Seja como for, a partir de
1869, nas Assembléias Legislativas de todo o país, começaram a ocorrer
acalorados discursos que exaltavam a Mão - de - obra européia como ideal para
substituir o trabalhador escravo e o liberto.
Iniciava-se, então, a campanha imigrantista, que tinha dois objetivos:
1 - Valorizar o imigrante branco;
2 - Convencer a elite do país de que o progresso só viria se fossem
importados imigrantes brancos.
Célia Azevedo, uma estudiosa
desse período da nossa historia, mostra que, nos anos seguintes, a Assembléia
recebeu vários projetos nos quais eram avaliados “tipos” idéias de
trabalhadores. Asiáticos, chineses, africanos foram considerados inferiores ou
incapazes.
O deputado Bento de Paula
Souza, por exemplo, não queria nem africanos, nem chineses: ”Não são, por
exemplo, africanos novos que se quer trazer, não são coolies, chineses, raça já
abatida e velha que pode inocular vícios de uma civilização estragada, ao
contrário, é uma nação vigorosa que tem uma civilização sua, uma política toda
do país, e que era um acerto se adotássemos”.
“Na mesma linha, o “nobre”
deputado Paulo Souza, discursava:” Nós queremos os americanos como paulistas
novos, como paulista adotivo, homens prestimosos, que escolham a província como
sua nova pátria, e queremos os alemães como trabalhadores, como homens
produtivos, e que venham aqui habitar. “Tanto uns como outros, os receberemos
com o mesmo entusiasmo”.
Intelectuais e filhos de
fazendeiros que haviam estudado na Europa não esconderam sua simpatia pelas
idéias racistas em moda no continente europeu. A conclusão era cristalina: a
nação teria de ser formada com o “sangue superior” dos europeus.
Ai mano e mina do gueto se
ligaram como se formulou e se estruturou o racismo na sociedade brasileira?
Esse foi apenas um resumo que fiz de alguns livros que li sobre esse tema e
tal, porem você que é do gueto, sua obrigação é REVOLTAR-SE, INDIGNAR-SE,
INSURGIR-SE e REBELAR-SE contra essa ideologia opressora dos playboys cuzão.
Pois se hoje a população negra são maioria no CARCERE, NAS FAVELAS, MORANDO NAS
RUAS, NA PROSTITUIÇÃO, NO DESEMPREGO, SOFRENDO VIOLENCIA POLICIAL E SENDO
EXTERMINADA E GENOCIDADA PELO ESTADO BRASILEIRO TUDO ISSO SE CHAMA RACISMO.
Espero que essa introdução que
escrevi ai sobre o racismo desperte em você que é do gueto, O POTENCIAL REVOLUCIONARIO
QUILOMBOLA.
SEGUE ABAIXO REFLEXÃO SOBRE
CONCIENCIA NEGRA.
A definição
da Consciência Negra – Por: Steve Biko
Redigido
provavelmente em dezembro de 1971, este escrito destinava-se a um curso de
treinamento para lideranças da SASO, incluído aqui como um exemplo do que Steve
dizia aos membros de sua própria organização, portanto do que brotava do cerne
de sua própria experiência e da deles.
Escrevo o
que eu quero.
A definição
da Consciência Negra
Em nosso
manifesto político definimos os negros como aqueles que, por lei ou tradição,
são discriminados política, econômica e socialmente como um grupo na sociedade
sul-africana e que se identificam como uma unidade na luta pela realização de
suas aspirações. Tal definição manifesta para nós alguns pontos:
1- Ser negro não é uma
questão de pigmentação, mas o reflexo de uma atitude mental;
2- Pela mera descrição de si mesmo como negro, já se começa a trilhar o caminho rumo à emancipação, já se esta comprometido com a luta contra todas as forças que procuram usar a negritude como um rótulo que determina subserviência.
2- Pela mera descrição de si mesmo como negro, já se começa a trilhar o caminho rumo à emancipação, já se esta comprometido com a luta contra todas as forças que procuram usar a negritude como um rótulo que determina subserviência.
A partir
dessas observações, portanto, vemos que a expressão negro não
é necessariamente abrangente, ou seja, o fato de sermos todos não brancos
não significa necessariamente que todos somos negros. Existem pessoas não
brancas e continuarão a existir ainda por muito tempo. Se alguém aspira
ser branco, mas sua pigmentação o impede, então esse alguém é um não
branco. Qualquer pessoa que chame um homem branco de “Baas” (“Senhor”, na
língua africâner. Tratamento que os brancos exigem dos negros. N.T.),
qualquer um que sirva na força policial ou nas Forças de Segurança é, ipso
facto, um não branco. Os negros – os negros verdadeiros – são os que
conseguem manter a cabeça erguida em desafio, em vez de entregar
voluntariamente sua alma ao branco.
Assim, numa
breve definição, a Consciência Negra é, em essência, a percepção pelo
homem negro da necessidade de juntar forças com seus irmãos em torno da
causa de sua atuação – a negritude de sua pele – e de agir como um grupo,
a fim de se libertarem das correntes que os prendem em uma servidão
perpétua. Procura provar que é mentira considerar o negro uma aberração do
“normal”, que é ser branco. É a manifestação de uma nova percepção de que,
ao procurar fugir de si mesmos e imitar o branco, os negros estão
insultando a inteligência de quem os criou negros. Portanto, a Consciência
Negra toma conhecimento de que o plano de Deus deliberadamente criou
o negro, negro. Procura infundir na comunidade negra um novo orgulho de si
mesma, de seus esforços, seus sistemas de valores, sua cultura, religião e
maneira de ver a vida.
A
inter-relação entre a consciência do ser e o programa de emancipação é
deimportância primordial. Os negros não mais procuram reformar o sistema,
porque isso implica aceitar os pontos principais sobre os quais o sistema
foi construído. Os negros se acham mobilizados para transformar o sistema
inteiro e fazer dele o que quiserem. Um empreendimento dessa importância
só pode ser realizado numa atmosfera em que as pessoas estejam convencidas
da verdade inerente à sua condição. Portanto, a libertação tem importância
básica no conceito de consciência Negra, pois não podemos ter consciência
do que somos e ao mesmo tempo permanecermos em cativeiro. Queremos atingir
o ser almejado, um ser livre.
O movimento
em direção à Consciência Negra é um fenômeno que vem se manifestando em todo o
chamado Terceiro Mundo. Não há dúvidas de que a discriminação contra o negro em
todo o planeta tem origem na atitude de exploração, por parte do homem branco.
Através da História, a colonização de países brancos pelos brancos resultou, na
pior das hipóteses, numa simples fusão cultural ou geográfica, ou, na melhor,
no abastardamento da linguagem. É verdade que a história das nações mais fracas
é moldada pelas nações maiores, mas em nenhum lugar do mundo atual vemos
brancos explorando brancos numa escala ainda que remotamente semelhante ao que
ocorre na África do Sul. Por isso somos forçados a concluir que a exploração
dos negros não é uma coincidência. Foi um plano deliberado que culminou no fato
de até mesmo os chamados países independentes negros não terem atingido
uma independência real.
Com esse
contexto em mente, temos de acreditar então que essa é uma questão de possuir ou
não possuir, em que os brancos foram deliberadamente determinados como os que
possuem, e os negros os que não possuem. Entre os brancos na África do Sul, por
exemplo, não existe nenhum trabalhador no sentido clássico, pois até mesmo o
trabalhador branco mais oprimido tem muito a perder se o sistema for mudado. No
trabalho, várias leis o protegem de uma competição por parte da maioria. Ele
tem o direito de voto e o utiliza para eleger o governo nacionalista, uma vez
que os considera os únicos que, por meio das leis de reserva de empregos, se
esforçam em cuidar de seus interesses contra uma competição por parte dos
“nativos”.
Devemos
então aceitar que uma análise de nossa situação em termos da cor das pessoas
desde logo leva em conta o determinante único da ação política – isto é, a cor
– ao mesmo tempo que descreve, com justiça, os negros como os únicos
trabalhadores reais na África do Sul. Essa análise elimina de imediato todas as
sugestões de que algum dia pode haver um relacionamento efetivo entre os verdadeiros
trabalhadores, ou seja, os negros, e os trabalhadores brancos privilegiados, já
que mostramos que estes últimos são os maiores sustentáculos do sistema. Na
verdade o governo permitiu que se desenvolvesse entre os brancos uma atitude
anti-negro tão perigosa que ser negro é considerado quase um pecado, e por isso
os brancos pobres – que economicamente são os que estão mais próximos dos
negros – assumiram uma postura extremamente reacionária em relação a eles,
demonstrando a distância existente entre os dois grupos. Assim, o
sentimento antinegro mais forte se encontra entre os brancos muito pobres,
a quem a teoria de classes convoca para se unirem aos negros na luta pela
emancipação. É esse tipo de lógica tortuosa que a abordagem da Consciência
Negra procura erradicar.
Para a
abordagem da Consciência Negra, reconhecemos a existência de uma força
principal na África do Sul. Trata-se do racismo branco. Essa é a única
força contra a qual todos nós temos de lutar. Ela opera com uma
abrangência enervante, manifestando-se tanto na ofensiva quanto em nossa
defesa. Até hoje seu maior aliado vem sendo nossa recusa em nos reunirmos em
grupo, como negros, pois nos disseram que essa atitude é racista. Desse modo,
enquanto nos perdemos cada vez mais num mundo incolor, com uma amorfa
humanidade comum, os brancos encontram prazer e segurança em fortalecer o
racismo branco e explorar ainda mais a mente e o corpo da massa de negros que
não suspeitam de nada. Os seus agentes se encontram sempre entre nós, dizendo
que é imoral nos fecharmos num casulo, que a resposta para nosso problema é o
diálogo e que a existência do racismo branco em alguns setores é uma
infelicidade, mas precisamos compreender que as coisas estão mudando. Na
realidade esses são os piores racistas, porque se recusam a admitir nossa
capacidade de saber o que queremos. Suas intenções são óbvias: desejam fazer o
papel do barômetro pelo qual o resto da sociedade branca pode medir os
sentimentos do mundo negro. Esse é o aspecto que nos faz acreditar na abrangência
do poder branco, porque ele não só nos provoca, como também controla nossa
resposta a essa provocação. Devemos prestar muita atenção neste ponto, pois
muitas vezes passa despercebido para os que acreditam na existência de uns
poucos brancos bons. Certamente há uns poucos brancos bons, do mesmo modo que
há uns poucos negros maus.
Mas o que
nos interessa no momento são atitudes grupais e a política grupal. A exceção
não faz com que a regra seja mentirosa – apenas a confirma.
Portanto, a
análise global, baseada na teoria hegeliana do materialismo dialético, é a
seguinte: uma vez que a tese é um racismo branco, só pode haver uma antítese
válida, isto é, uma sólida unidade negra para contrabalançar a situação. Se a
África do Sul deve se tornar um país em que brancos e negros vivam juntos em
harmonia, sem medo da exploração por parte de um desses grupos, esse equilíbrio
só acontecerá quando os dois opositores conseguirem interagir e produzir uma
síntese viável de idéias e um modus vivendi. Nunca podemos empreender nenhuma
luta sem oferecer uma contrapartida forte às raças brancas que permeiam nossa
sociedade de modo tão efetivo.
Precisamos
eliminar de imediato a idéia de que a Consciência Negra é apenas uma
metodologia ou um meio para se conseguir um fim. O que a consciência Negra
procura fazer é produzir, como resultado final do processo, pessoas negras de
verdade que não se considerem meros apêndices da sociedade branca. Essa verdade
não pode ser revogada. Não precisamos pedir desculpas por isso, porque é verdade
que os sistemas brancos vêm produzindo em todo mundo grande número de
indivíduos sem consciência de que também são gente. Nossa fidelidade aos
valores que estabelecemos para nós mesmo também não pode ser revogada, pois
sempre será mentira aceitar que os valores brancos são necessariamente os
melhores. Chegar a uma síntese só é possível com a participação na política de
poder. Num dado momento, alguém terá que aceitar a verdade, e aqui acreditamos
que nós é que temos a verdade.
No caso de
os negros adotarem a Consciência Negra, o assunto que preocupa principalmente
os iniciados é o futuro da África do Sul. O que faremos quando atingirmos nossa
consciência? Será que nos propomos a chutar os brancos para fora do país? Eu
pessoalmente acredito que deveríamos procurar as respostas a essas perguntas no
Manifesto Político da SASO e em nossa análise da situação da África do Sul.
Já definimos o que para nós significa uma integração real, e a própria
existência de tal definição é um exemplo de nosso ponto de vista. De qualquer
modo, nos preocupamos mais com o que acontece agora que com o que acontecerá no
futuro. O futuro sempre será resultado dos acontecimentos presentes.
Não se pode
subestimar a importância da solidariedade dos negros com relação aos vários
segmentos da comunidade negra. No passado houve muitas insinuações de que uma
unidade entre negros não era viável porque eles se desprezam um ao outro. Os
mestiços desprezam os africanos porque, pela proximidade com esses últimos,
podem perder a oportunidade de serem assimilados pelo mundo branco. Os
africanos desprezam os mestiços e os indianos por várias razões. Os indianos
não só desprezam os africanos mas, em muitos caso, também os exploram em
situações de trabalho e de comércio. Todos esses estereótipos provocam uma
enorme desconfiança entre os grupos negros.
O
que se deve ter sempre em mente é que:
1. Somos todos oprimidos pelo mesmo sistema;
2. Ser oprimidos em graus diferentes faz parte de um propósito deliberado para nos dividir não apenas socialmente, mas também com relação às nossas aspirações;
3. Pelo motivo citado acima, é preciso que haja uma desconfiança em relação aos planos do inimigo e, se estamos igualmente comprometidos com o problema da emancipação, faz parte de nossa obrigação chamar a atenção dos negros para esse propósito deliberado;
4. Devemos continuar com nosso programa, chamando para ele somente as pessoas comprometidas e não as que se preocupam apenas em garantir uma distribuição eqüitativa dos grupos em nossas fileiras. Esse é um jogo comum entre os liberais. O único critério que deve governar toda nossa ação é o compromisso.
2. Ser oprimidos em graus diferentes faz parte de um propósito deliberado para nos dividir não apenas socialmente, mas também com relação às nossas aspirações;
3. Pelo motivo citado acima, é preciso que haja uma desconfiança em relação aos planos do inimigo e, se estamos igualmente comprometidos com o problema da emancipação, faz parte de nossa obrigação chamar a atenção dos negros para esse propósito deliberado;
4. Devemos continuar com nosso programa, chamando para ele somente as pessoas comprometidas e não as que se preocupam apenas em garantir uma distribuição eqüitativa dos grupos em nossas fileiras. Esse é um jogo comum entre os liberais. O único critério que deve governar toda nossa ação é o compromisso.
Outras
preocupações da Consciência Negra dizem respeito às falsas imagens que temos de
nós quanto aos aspectos culturais, educacionais, religiosos e econômicos. Não devemos
subestimar essa questão. Sempre existe uma interação entre a história de um
povo, ou seja, seu passado, e a fé em si mesmo e a esperança em seu futuro.
Temos consciência do terrível papel desempenhado por nossa educação e nossa
religião, que criaram entre nós uma falsa compreensão de nós mesmos. Por
isso precisamos desenvolver esquemas não apenas para corrigir essa falha, como
também para sermos nossas próprias autoridades, em vez de esperar que os outros
nos interpretem. Os brancos só podem nos enxergar a partir de fora e, por isso,
nunca conseguirão extrair e analisar o etos da comunidade negra. Assim, e para
resumir, peço a esta assembléia que procure o Manifesto Político da SASO,
que apresenta os pontos principais da Consciência Negra. Quero enfatizar
novamente que temos de saber com muita nitidez o que queremos dizer com certas
expressões e qual o nosso entendimento quando falamos de Consciência Negra.
“A Definição
da Consciência Negra”, escrito por Bantu Steve Biko, em dezembro de 1971.
5 – A GUERRA INTERMINAVEL CONTRA A VIDA DO POVO
DO GUETO
Campo de guerra
Diretamente
do front
Visão periférica
O gasto do
governo brasileiro com armamentos e todo aparato policial, nos coloca no
ranking entre os 10 países que mais investe em equipamentos de guerra como materiais
bélicos, explosivos e munições. A policia brasileira é a mais violenta do
mundo, a que mais mata jovens pretos e periféricos, a que mais causa pânico e
medo na população, a que mais tortura e aterroriza a população pobre. O
INVESTIMENTO EM VIOLENCIA PELO ESTADO E PELOS CAPITALISTAS É DEMOSNTRAÇÃO EXPLICITA DE EXTERMINIO E GENOCIDIO
DO POVO DO GUETO.
Abram os
lhos da hipnose maquinada pelo sistema POVO DO GUE TO, pois existe uma guerra
interminável contra a vida dos que residem nas quebradas, e a tal ORDEM e
PAZ SOCIAL imposta de cima para baixo, são elementos de dominação e controle
social dos ricos sobre os pobres.
6 - SABEDORIA
Psicologia das ruas, hip hop alternativo
A molecada da
quebrada precisa de incentivo
Cultura, lazer, acesso a livros
Atitude
e proceder é o caminho
A PALAVRA COMO POTENCIA EMANCIPADORA!
Autoestima, Autoconhecimento, Autovalorização,
Autodeterminação, Respeito Mutuo, Atitude, Proceder, Revolução, Emancipação,
Luta, Amizade, Solidariedade, Horizontalidade, Igualdade, Pluralidade, Combatividade,
Insurgência, Subversão, Caos, Desordem, Desobediência, Rebeldia, Consciência
Critica, Filosofia das Ruas, Indignação, Emancipação, Autogestão, Diálogos,
Mandar Obedecendo, Responsabilidade, Compromisso, Educação Emancipadora,
Pedagogia Libertadora, Anti-opressão, Anti-capitalismo, Anti-machismo,
Anti-racismo, Anti-autoritarismo, Poesia, Arte Combativa, Carinho, Abraços,
Beijos, Orgasmo, Inconformismo, Lazer, Cultura, Rap, Punk, Funk, Hip Hop, Sertanejo
de Raiz, Repente, Embolada, Samba do Morro, Jass, Blues, Reggae, Salsa, Tango,
Coco de Roda, Musica Andina, Che Guevara, Malcolm x, Ângela Davis, Rosa Parks,
Martin Luther king, Nelson Mandela, Zumbi dos Palmares, Maria Carolina de
Jesus, Dandara, Stive Biko, Frantz Fanon, Pepetela, Jose Saramago, Paulo
freire, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Mano Cakis, Escritor Sacolinha,
Renan inquérito, Ferrez, Gog, Eduardo Taddeo, Jose Poeta e Palhaço, Atitude
Feminina, Dina Di Visão de Rua, Ktarse, Tim Maia, Raul Seixas, Renato Russo,
Elis Regina, Belchior, Pablo Neruda, lampião e Maria bonita, Rap Combativo, Ktarse, Estúdio Seiva, Literatura Marginal Periférica,
Sarau Combativo, Pensar o Novo, Mano Chao, Mercedes Sousa, EZLN, Liberdade a
Todxs Presxs Políticos, Socialismo, Anarquismo, Comunismo, Povos Originários,
Povos Nativos, África, Ásia, Oriente Médio, America Latina. APROPRIAR-SE DAS PALAVRAS E CONCEITOS É UMA
FORMA CONTUNDENTE DE AMPLIAR NOSSA VISÃO DE MUNDO, CONHECIMENTO É PODER, O
PODER DO CONHECIMENTO TRANSFORMADO EM SABEDORIA, SERVE PARA POTENCIALIZAR A
REVOLUÇÃO EM NOSSA FAMILIA, NOSSA QUEBRADA, NOSSO PAIS E NOSSO MUNDO, LUTAR POR
UM MUNDO ONDE CAIBAM MUITOS MUNDOS .... SABEDORIA !!!
“O livro é a melhor invenção do
homem”
Carolina Maria de Jesus
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